sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

e dói.

   Dói. Dói mesmo. Como se me arrancassem a sangue frio todos os membros do meu corpo. Não, não é mesmo exagero... Dói demais. Dói demasiado para ser possível suportar pacificamente. Como se nenhum do meu esforço valesse para alguma coisa. Como se nada do que fiz servisse para alguma coisa, ou para alguém. Como se eu fosse inútil... bem, é provável que até o seja, agora que penso nisso. Mas tento não pensar. Tento não encarar a realidade da maneira que ela é, nua e crua. E em vez disso prefiro ler livros, cujas histórias são tudo o que eu sempre quis na minha vida. Mas, bem, provavelmente é disso que se trata: são histórias, que nunca se vão tornar realidade, muito menos na minha vida. E dói, continua a doer encarar isso. Continua a doer saber que não vou ter a vida com que sempre desejei. E dói saber que a vida é só uma, e que não posso fazer dela o que sempre sonhei. Porque, afinal, não tenho total controlo nela. Por muito que custe a aceitar, há sempre mais alguém que também me controla, mesmo que eu não queira deixar, mesmo que eu não a queira deixar entrar em mim... O que tem de acontecer, acontece. o destino já me está traçado, e só resta esperar pelo futuro.
   Dói. Dói muito: saber que tenho de enfrentar o futuro sozinha. Porque tu, tu que prometeste lá estar sempre, não vais estar. Tu, que prometeste ficar comigo acontecesse o que acontecesse, foste logo embora. Quando eu mais preciso de ti, tu não estás. Quando eu mais sinto a tua falta, tu magoas-me. Quanto eu mais te amo, mais tu te afastas de mim. Quando eu mais quero ajudar-te, mais tu te fechas e menos me falas. E continua a doer: saber que depois de tanto que passamos, agora estás irreconhecível, e por muito que eu tente, por muito que eu queira, às vezes simplesmente não dá. Não dá para continuar a tentar entrar na tua vida como antes. Não dá porque estou sem forças e tu não me puxas, estás a deixar-me cair, e eu estou cada vez mais próxima da grande queda. E vai chegar ao momento em que vou cair. E vai doer. Vai doer como está a doer agora, e como doeu nos últimos tempos. Mas quando eu me levantar (porque eu vou levantar-me e vou equilibrar-me sozinha se tiver de ser), não estejas à espera que eu volte. Porque, por ti, eu fui capaz de voltar ao que era uma vez, mas não esperes que o faça sempre. Porque eu tenho sentimentos. Tal como tu, eu tenho sentimentos, e acredita, PREFERIA NÃO OS TER. É horrível saber que tu sabes que eu estou mal por ti, e simplesmente deixares andar. Tu NÃO TE IMPORTAS. Mas eu IMPORTO-ME CONTIGO. Agora. Mas vai chegar o dia em que não me vou preocupar mais com quem não quer saber de mim, e quando esse dia chegar, simplesmente não me procures. Porque vai ser mau. Tanto para ti como para mim. Vais ver o que não queres ver, e eu vou mostrar-te aquilo em que me transformaste. E aí, vai ser tarde demais para voltar a trás. Vai ser tarde para eu voltar a ser a inocência e a sensibilidade em pessoa. Aí, vai ser tarde para tudo. Porque nessa altura, já eu vou ser uma pessoa fria, com um coração frio. Pelo menos para ti. Pelos menos para quem não conheço, ao início. E sim, vou afastar toda a gente para não me magoar. Vou tornar-me no que nunca fui. E aí só quem realmente me quer bem vai conseguir ter-me. E aí, eu vou ser realmente feliz. 
  Dói, dói muito: sentir as lágrimas correrem-me pela cara enquanto escrevo isto. E dói porque sei que nunca vou conseguir ser o que gostava de ser contigo. EU SEI QUE NUNCA VOU TER UM CORAÇÃO DE PEDRA, nem para ti nem para ninguém. Dói saber que vou ser sempre este tipo de pessoa que se deixa magoar as vezes que quiserem e que nunca vira as costas a ninguém. E continua a doer, mesmo depois de ter exposto tudo o que me vai na alma. Mesmo assim continua a doer... E só me pergunto se algum dia na minha vida eu terei a dita "felicidade" comigo. E continua a doer, como se me arrancassem a sangue frio o coração e tudo o que está aglutinado a ele.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

felicidade como nunca antes sentimos.

É tão bom ter um daqueles dias inesquecíveis, que ficam para sempre na nossa memória como um dos dias mais importantes da nossa vida. É tão bom chegar ao fim do dia e pensar 'este dia não podia ter sido melhor'; chegar ao fim do dia e podermos suspirar de felicidade, felicidade autêntica, e chegamos a pensar que nunca soubemos antes o que era a real felicidade. É um sentimento de tal modo grande, de tal modo autêntico e ao mesmo tempo tão do outro mundo que simplesmente não queremos deixar de ter essa felicidade, não queremos que aquele dia acabe. Queremos perpetuar aquela sensação, aquele sentimento indescritível para todo o sempre.
São dias como este que nos fazem viver de outra maneira. Que nos fazem viver sem olhar para trás, mas sempre a pensar no presente e por vezes no futuro, para que nele possamos vir a saborear desta sensação por longos tempos. Mas não em demasia; porque tudo é que demais acaba por perder o significado. Acaba por deixar de ser bom. Sim, é por isso que nem tudo pode durar para sempre, é por isso que nem sempre temos dias bons. É por isso também que às vezes deixamos que a vida nos vença por uns tempos, que deixamos que as lágrimas caiam. Para no fim, podermos sorrir com toda a força e podermos dizer que tudo valeu a pena. Que todo o sofrimento, toda a luta valeram a pena e que esta felicidade que sentimos neste momento é incomparável: não há nada que nos faça melhor do que isto. Não há nada que nos aproxime mais de alguém do que isto. Porque sentir tudo sozinha é bom, mas acaba por ser solitário. E partilhar tudo com a pessoa que amamos, com a pessoa com quem queremos passar o resto da vida, é o melhor do mundo, e isso ninguém pode negar.
Sim, eu estou a partilhar tudo com alguém, alguém que sempre esteve comigo. E todos os dias agradeço pelo facto de não ter de guardar tudo o que tenho de bom só para mim. Porque sim, tudo o que é merece e TEM de ser partilhado. E a maior prova de amor que alguém pode dar, é mesmo partilhar o próprio tempo. Porque isso, é completamente irrecuperável. Quem der a alguém todo o tempo do mundo, está a dar o que de mais sagrado tem, nunca ninguém pode por em causa tal facto.
A parte mais estranha de todas é mesmo o facto de ficarmos mal e acabarmos por não saborear toda a felicidade a partir do momento em que nos preocupamos com o 'perpetuar' e não com o 'saborear'. Porque o tempo é sagrado, e se não vivermos cada segundo como se não houvesse mais o amanhã, a vida não fará qualquer sentido e daqui por uns anos, vamo-nos perguntar "porque é que me fui preocupar tanto com o futuro, porquê?", mas aí já vai ser tarde demais. Portanto, só quero aproveitar cada segundo que tiver ao teu lado e nunca olhar para a frente, nem para trás.