sexta-feira, 20 de abril de 2012

Seria o tal dia .

Faria amanhã 2 anos. Faria amanhã dois anos que eu e tu estaríamos  felizes. Seria amanhã o dia em que eu me agarraria a ti e diria "dois anos é muito pouco, para sempre é muito pouco para estar contigo, amo-te". Seria amanhã que iríamos renovar todas as nossas promessas, promessas que, acredites ou não, ainda continuo a esforçar-me de verdade para as cumprir. 
Seria amanhã que iríamos dar as mãos e dizer com toda a certeza do mundo "é isto que queremos até ao fim das nossas vidas". 
Seria também amanhã que tudo iria fazer sentido, e iríamos olhar para trás e dizer que nada podia ter sido melhor, que foram os melhores dois anos das nossas vidas. Ainda me lembro de há uns meses atrás, quando tudo era bonito, quando tudo tinha sentimentos de ambas as partes, e lembro-me de como tudo fazia sentido. 
Sei bem que, para mim, felizmente ou não, tudo continua a fazer sentido, e ao mesmo, tudo continua presente na minha cabeça e no meu coração. O que, de certa forma, me faz ficar mal e bem e tu sabes bem porquê.
Neste momento, 24 horas antes do dia que seria o mais importante da minha vida até ao próximo ano, sinto-me uma total e completa confusão, e nem sei se tenho motivos para isso. E o mais engraçado de tudo é que a confusão consegue envolver o que sinto, nenhum dos meus sentimentos. É mais uma confusão de perguntas sem resposta à vista, de peças que não encaixam de forma nenhuma umas nas outras. Uma confusão de perguntas, as quais só podem ser respondidas por ti, e acredito que um dia, nem que seja daqui por muitos anos, vou ter essas respostas. 
Pergunto-me se esta confusão irá permanecer em mim o resto da vida, mas não vale a pena perguntar-me tal coisa, porque também a isso terás de ser tu a responder. Peço desculpa por te pedir uma só coisa, que no fundo dá bastante que pensar, e há que ter bastante tempo para falarmos (dá umas boas horas de conversa), tempo esse que acredito que vamos ter mais cedo ou mais tarde.
Sinto que ainda vamos ter muito para contar, e que ainda nada acabou; porque tudo só acaba quando já não estivermos neste mundo. Acredito que, por muitos desencontros que tenhamos, o essencial ainda continua aqui, pelo menos comigo. E sim, eu sei que tudo tem de ser mútuo, mas não custa nada tentar, quando estivermos em completo e total acordo em relação a tudo. E até lá, cabe-nos a nós tentar gerir tudo da melhor forma, gerir o que eu sinto e tu não sentes, não da mesma maneira. Ou não na mesma proporção. Ou qualquer coisa assim que eu não sei, porque é das tais perguntas que me falta fazer-te (agora vais dizer que eu sou uma chata porque já te perguntei o mesmo vezes sem conta, mas acredita, cá dentro ainda não está esclarecido). 
Faria amanhã 2 anos que tudo começou, ou parte de tudo; tu sabes bem. Mas pode ser também amanhã, ou quem sabe hoje, que resolvemos tudo de uma ver por todas, e que acabe tudo da melhor forma possível. 
Hoje, amanhã e depois, vou estar à tua espera; mesmo só para uma conversa, mesmo só para ter todas as respostas de que preciso. Ou quem sabe algo mais, basta tu quereres. Amo-te.


terça-feira, 3 de abril de 2012

Inspiração sofrida

Lembro-me que foi contigo que comecei a escrever. Lembro-me também que eras tu que me apoiavas, quando dizia que queria muito escrever um livro. Dizias que sim, que tinha talento e adoravas cada texto que eu escrevia para ti. Mas agora, tudo se tornou diferente. O meu espírito, o meu interior e a minha alma estão tão pesados neste momento que sinceramente só dá mesmo para estar deitada num sítio deserto, a comer caixas inteiras de chocolate e a deitar cá para fora as minhas mágoas. Mas, por mais estranho que seja, a inspiração está cá. Não desapareceu. Continua presente em mim, ainda que de outra forma. De outra forma porque tudo o que escrevo, apesar de ser tudo para ti, não é bonito como antes; não é bonito de se ler. Mas é o que sinto cá dentro, é sincero e verdadeiro. Tudo o que escrevo agora, é baseado no que sinto no Presente, com base no passado. É como se, agora, só escrevesse um tipo de texto chamado "memórias", que aprendemos nas santas aulas de Português. 
Mas, neste momento, ter inspiração dói. Dói muito; tanto que me tira simplesmente a vontade de respirar. Magoa tanto como se me dessem um murro no estômago ou como se me dessem não sei quantas facadas nas costas. Magoa muito sentir-me inspirada para escrever este monte de palavras, feias por sinal. E se ter inspiração magoa assim tanto, eu não sei, não sei mesmo se quero continuar a tê-la. Não sei se um dia vou querer escrever um livro com todas as minhas mágoas, porque nunca foi com isso que sonhei. Aquilo que sempre quis imortalizar foi aquela história linda, a nossa história. E tenho esperanças que um dia não te importes em que eu perpetue tudo o que passamos. E que um dia olhes para trás e não tenhas nenhum tipo de remorsos. Seguiste com a tua vida e não te censuro por isso, porque era isso mesmo que eu devia também estar a fazer. 
No fundo, desejo-te tudo o que há de melhor no mundo.