terça-feira, 9 de agosto de 2011

morte lenta.

As lágrimas corriam pela minha cara. O meu lindo órgão do lado esquerdo do peito parou de cantar. Estava a morrer; mas sentia-me viva. Foi tudo nesta madrugada, que parecia igual a todas as outras; foi uma mistura de sentimentos e pensamentos confusos sobre o que pensar e o que fazer que lutaram contra mim durante uma hora. foi difícil. Foi duro. Não é preciso haver armas, e lutas físicas que conseguirmos ter feridas a sério, que doem a sério. Eu estou ferida, e a cada breve minuto que passa as feridas são mais fundas, mais complexas, mais dolorosas, mais insuportáveis! E essas mesmas feridas trazem com elas imagens e pensamentos. Armas mortíferas, na minha inocente opinião. Armas que fazem com que a dor se espalhe lenta e dolorosamente pelo meu corpo. Achei que tinhas parado que respirar; que tinha entrado num estado em que só o meu cérebro funcionava, pelos piores motivos; infelizmente. Porque de repente comecei a não sentir nada. Não sentia dor nenhuma. Não sentia, não ouvia, nem tinha noção que ainda restava sangue a correr-me nas veias. De repente, era de manhã. Acho que estive todas estas horas de olhos abertos, mas simplesmente não dava pelo tempo passar. Ou se calhar até dava; cada minuto morto-vivo que passava era um martírio para mim. Queria ir embora, fugir; fugir daquelas feridas horríveis que me matam. Mas não queria fugir da pessoa agressora. E ainda neste momento, não quero. Saber que a perdi ainda se torna mais difícil de acreditar. Saber que uma luta tão grande acabou de uma forma tão estúpida dói. "A culpa não foi tua." Não há como não me sentir culpada. Sofrer assim dói. Dói demais. Saber que todos os meus sonhos que demoraram horas, dias, meses até a serem construídos, desabaram em apenas uma hora. Cheguei a perguntar-me mesmo "Para quê nascer e ter uma vida com tanto sofrimento, se no fim o nosso prémio é morrer? Provavelmente infelizes e sozinhos? Quem é que nos garante que depois disto encontramos tudo o que sempre quisemos? Ninguém." Nem própria me reconheci ao pensar isto. Eu, que dou sempre força a todos para lutarem pelo que amam, estou assim. Amar dá felicidade; mas também dá muita dor. Que é pior do que a física. A vida é assim. Uns nascem para não lutar, outros nascem para lutar e serem vencedores, e outros nascem para lutar, e não conseguir nada. E eu neste momento faço parte do último grupo. Tenho esperança que um dia possa deixar de ser assim, e poder dizer que consegui ultrapassar a dor, que a antiga Andreia está de volta e que vai ser feliz. E a cima de tudo, espero voltar a acreditar em tudo o que acreditava há umas horas a trás.
Apesar de tudo isto, tu continuas a ser tudo o que eras. Tudo o que sempre foste. Não vou dizer que não quero que voltes, ia estar a mentir. Mas a cima de tudo quero a tua felicidade, e neste momento é isso que importa. Sê feliz, comigo ou com outra pessoa, não importa. Mas não te esqueças de todo este tempo. É tudo o que te peço, se leres isto.
I still loving you.

1 comentário:

Carina Barbosa disse...

adoro este texto :o
e não tens que agradecer Andreia fofinha *.*