quarta-feira, 24 de agosto de 2011

dream come true.

Lembro-me do nosso primeiro beijo, como se fosse hoje. Foi um momento daqueles com que sempre sonhei quando era criança. Confesso que às vezes até me desenhava à beira de um ponto de interrogação, por ter tanta curiosidade sobre quem iria ser a pessoa que me ia dar o momento com que sonhava. Esperei 13, quase 14 anos para realizar esse sonho. E para melhorar, esse momento foi com a tal pessoa, foi lindo, foi inexplicável. Tu já te tinhas apaixonado por mim naquela altura, e eu, feita parva, não conseguia ver nada. E tu, como das outras vezes, levaste-me a casa. Tinha um pressentimento que aquele dia ia ser diferente, só não sabia como e porquê. Não conseguia disfarçar o sorriso que tinha nos lábios. Ao descer aquela rua sem fim, a ansiedade apertava. Os meus olhos estavam fixos na minha mão, que estava em sintonia com a tua. Avançávamos sem medo, mas com algum aperto no peito, com alguma curiosidade sobre o que iria acontecer. O meu andar igual ao teu, ia-se transformando em passos lentos, como se estivéssemos simplesmente a passear, como um casal de namorados, à beira mar. E finalmente chegamos. A minha mão não acertava na fechadura, mas não me sentia a tremer. Meteste a tua mão sobre a minha, sorrimos, e entramos. Continuamos. Escolheste aquela sala como cenário do nosso momento. Sentaste-te comigo, e começamos a falar sobre tudo e sobre nada. Os nossos olhares não se largavam. A respiração começava a escapar. E do nada, disseste que adoravas o meu perfume, que o querias, que era muito bom. E de repente, foste-te aproximando de mim, devagar; sem pressas. E ias repetindo as mesmas palavras, ao mesmo tempo que as nossas bocas se iam aproximando também. Nesse momento, o nosso tempo parou. Os nossos olhos não se desviavam nem por um segundo das nossas bocas, a minha respiração ficou cortada, o meu coração batia forte, cada vez mais. As nossas mãos estavam dadas, cada vez com mais força, e ao mesmo tempo com mais carinho. A minha pele ficou toda arrepiada quando senti a tua respiração ali, tão perto. E tu seguraste-me, e a tua mão segurou a minha cara daquela forma carinhosa que tu bem conheces. Os nossos lábios tocaram-se, e eu nunca senti nada assim, nunca. O meu corpo caía aos teus braços à medida que os nossos lábios se envolviam, cada vez mais. Só ouvia o bater dos nossos corações, só sentia a minha boca envolvida na tua, e o meu corpo a mergulhar nos teus braços sem medo e sem arrependimentos. Os nossos lábios não se descolavam, não conseguia nem queria largar-te, queria que aquele momento durasse para sempre. Foram alguns momentos de puro amor, carinho, simplicidade e entrega. Foram alguns minutos inesquecíveis. Tal como no meu sonho de criança. Quando paramos, já o meu corpo estava todo arrepiado. Tu sorriste, e abraçaste-me. Senti amor; felicidade, carinho. Oh , senti tudo aquilo que tu também sentiste. Com apenas um beijo, transformámo-nos numa só pessoa. Depois foste-te embora, mas antes de ires disseste ainda "amo-te Andreia". Ainda hoje tenho a sensação que estás aqui comigo, a dar-me todo o carinho do mundo, e a fazer-me sorrir com tudo o que tenho. E ainda hoje sinto o saber dos teus lábios nos meus. Tenho sempre a sensação de que só comecei a viver a partir do momento em que nos conhecemos. Obrigada por teres realizado o meu sonho. Isto é um simples relato de um acontecimento verídico, que não precisa de nenhuma fotografia a acompanha-lo, e que ainda hoje me arrepia.

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